Por Alexandre Padilha
Ao longo de 23 anos, o Warung Beach Club se tornou mais do que um club: virou santuário. Entre o mar da Praia Brava e a mata atlântica de Itajaí (SC), viveu noites históricas, transformou a pista em altar — sim, o sagrado está na entrega coletiva, e não apenas no som que vem do alto — e conquistou o mundo como um dos templos mais respeitados da música eletrônica global.
Agora, em 2025, o Warung anuncia sua jornada final — um ciclo de celebrações que marca o encerramento de uma era. Mas, como tudo o que envolve esse espaço mítico, nem tudo está dito com todas as letras.
Com line-ups que prometem reunir lendas da casa, cada evento deste ano é tratado como um ritual de despedida. Uma despedida feita com a mesma alma que consagrou o clube, com cada noite sendo preparada como uma homenagem à história construída com o público. O clima é de encerramento, sim — mas prefiro acreditar que há outro tom nas entrelinhas: o de que essa “jornada final” fale apenas sobre o fim de um ciclo. O terreno da Praia Brava que abriga o templo pode até mudar — mas o espírito do Warung talvez só esteja à espera de um novo nascer do sol, em outro lugar.
O TEMPO – E O TEMPLO – DIRÃO
Até lá, 2025 é o ano de tocar o baile, dançar por tudo o que já foi vivido — e, quem sabe, pelo que ainda está por vir. E para abrir essa jornada histórica, o templo recebe no dia 7 (sábado) uma das atrações mais esperadas: Bob Moses, duo canadense formado por Tom Howie e Jimmy Vallance. Com uma sonoridade que mescla vocais melódicos, atmosferas eletrônicas e lirismo pop, eles representam o equilíbrio perfeito entre pista e alma — exatamente como o Warung sempre fez questão de ser. Teremos ainda o retorno do Garden, com Leoz + Conti&Mandi all night long. É o começo do fim, com trilha sonora à altura da lenda.
E a gente? Segue dançando, torcendo por um novo portal.
Fotografia Reprodução
